Evangelizar no coração do Amazonas: "Sou missionário, sou Povo de Deus; sou índio, caboclo mestiço, fazendo da vida a missão. Aqui nesta grande tapera da Igreja Amazônica sou mensageiro de um Deus que é irmão... Somos filhos da Igreja do Norte, missionários desta região... Aprendemos a ouvir a mensagem de um Deus que nos fala na brisa, nas águas, nas flores, no chão... " (Manoel Nerys, Manacapuru, Diocese de Coari-AM)

sábado, 21 de junho de 2014

SOLENIDADE DE CORPUS CHRISTI EM COARI-AM



No dia 19 de junho de 2014 a Igreja Católica no mundo inteiro celebrou a Solenidade de Corpus Christi. A expressão latina “Corpus Christi” significa Corpo de Cristo. É uma festa que celebra a presença real e substancial de Cristo na Eucaristia. 
É realizada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade que, por sua vez, acontece no domingo seguinte de Pentecostes. É uma festa de preceito, isto é, devemos participar da celebração da Missa neste dia!Todas as paróquias da Diocese de Coari celebraram a festa do Corpo e do Sangue do Senhor. 
Em Coari as três paróquias da cidade celebraram a festa junto: Paróquia Sant’Ana, Paróquia N. Senhora do Perpétuo Socorro e a Paróquia São Pedro e São João Batista. Apesar da chuva o povo participou maciçamente da procissão e da Missa Solene! 
A procissão saiu da catedral de Sant’Ana e seguiu pelas ruas da cidade de Coari até a igreja de São João Batista, que estava celebrando o seu novenário. A liturgia foi presidida por Dom Marcos Piatek, bispo da diocese de Coari. Participaram da liturgia os seguintes padres: Pe. Elcivan Alencar (coordenador da pastoral da diocese), Pe. Edinaldo Santos (pároco de São Pedro), Pe. Assis Libório (pároco do P. Socorro),
Pe. Agnaldo (reitor do seminário Sant’Ana e vigário do Perpetuo Socorro), Pe. Raimundo Elson, CSSR (vigário da catedral) e o Pe. Adeilson (vigário de São Pedro). Participaram também as irmãs religiosas: Adoradoras do Sangue de Cristo, a Sagrada Família, as Irmãs da Equipe Itinerante da CIMI e uma Irmã Dorotéia. 
Terminada a procissão e a bênção do Santíssimo Sacramento começou a solene Missa campal ao lado da igreja de São João Batista. Após a bênção final houve o lugar o tradicional arraial. A festa de Corpus Christi tem as suas raízes históricas na Idade Média. A origem da solenidade do Corpo e sangue de Cristo remonta ao século XIII. 
Santa Juliana de Mont Cornillon, naquela época priora da Abadia, foi a enviada de Deus para propiciar esta Festa. A santa nasceu em Retines perto de Liège, Bélgica em 1193. Ficou órfã muito pequena e foi educada pelas freiras Agostinas em Mont Cornillon. 
Quando cresceu, fez sua profissão religiosa e mais tarde foi superiora de sua comunidade. Desde jovem, Santa Juliana teve uma grande veneração ao Santíssimo Sacramento. E sempre esperava que se tivesse uma festa especial em sua honra. 
Este desejo se diz ter intensificado por uma visão que teve da Igreja sob a aparência de lua cheia com uma mancha negra, que significada a ausência dessa solenidade. Juliana comunicou estas aparições a Dom Roberto de Thorete, o então bispo de Liège, também ao douto Dominico Hugh, mais tarde cardeal legado dos Países Baixos e Jacques Pantaleón,
nessa época arquidiácono de Liège, mais tarde o Papa Urbano IV. A solenidade litúrgica foi instituída pelo Papa Urbano IV(1262-1264), através da bula “transiturus”, de 11 de Agosto de 1264, para ser celebrada na Quinta-feira após a festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes. 
O Santo Padre Urbano IV, antes de ser escolhido Papa, foi Cônego de Liège (Bélgica) e se chamava Tiago Pantaleão de Troyes, o mesmo que recebeu o segredo das visões da Freira Juliana de Liège, que pedia uma festa da Eucaristia no calendário litúrgico.
Esta solenidade entra no calendário litúrgico da Igreja para evidenciar e enfatizar a presença real do Senhor Jesus no pão e no cálice consagrados. Conta à história que um sacerdote chamado Pedro de Praga, muito piedoso e zeloso pastoralmente, vivia angustiado por dúvidas sobre a presença real de Cristo no pão consagrado. 
Decidiu então ir em peregrinação ao túmulo dos Apóstolos Pedro e Paulo em Roma, para pedir o dom da fé. Ao passar por Bolsena (Itália), enquanto celebrava a Santa Missa, foi novamente acometido pela dúvida. Na hora da consagração veio-lhe a resposta em forma de milagre: 
A sagrada hóstia branca transformou-se em carne viva, respingando sangue, manchando o corporal (pano branco no qual é colocado as sagradas espécies consagradas), o sanguíneo (paninho de limpar o cálice) e a toalha do altar. Por solicitação do Papa Urbano IV, os objetos milagrosos foram para Orvieto em solene procissão. Esta foi a primeira procissão. 
Em 11 de Agosto de 1264, o Papa lançou de Orvieto para o mundo Católico o preceito de uma festa solene em honra do corpo e sangue do Senhor. A Solenidade de Corpus Christi tem a sua base, o seu fundamento não só na história, mas, sobretudo na vida de Jesus Cristo e na Sagrada Escritura!  
A Eucaristia é um dos sete Sacramentos e foi instituído na Última Ceia, na Quinta-feira Santa. Por isso a Solenidade de Corpus Christi se celebra na quinta-feira! Foi durante a Última Ceia quando Jesus disse: “Este é o meu Corpo... Este é o cálice do meu Sangue... fazei isto em memória de mim” (Mt 26,26). Quem pediu que nós ao longo dos tempos e da história celebrássemos a Eucaristia foi o próprio Cristo!   
A Igreja católica cumpre este mandato até hoje, para perpetuar a presença salvadora de Jesus na história. O texto bíblico mais evidente e claro sobre a doutrina da Eucaristia é o capítulo 6 de São João (Jo 6). Todo ele é um discurso eucarístico de Jesus que disse “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6,56). 
A Eucaristia é a realização da promessa de Jesus que disse: “Eis que estarei convosco até a consumação dos séculos”(Mt 28). A celebração de Corpus Christi consta de uma procissão - adoração ao santíssimo Sacramento e de uma Missa. O destaque maior neste dia é a procissão com o Santíssimo, a qual recorda a caminhada do povo de Deus, como um povo peregrino neste mundo. 
No Antigo Testamento o povo foi alimentado pelo Maná, no deserto. Hoje, é alimentado com o próprio corpo e sangue de Cristo! Na festa de Corpus Christi se adora a Deus e não aos homens e as coisas! Segundo santo Tomás de Aquino “Nenhum outro sacramento é mais salutar do que a Eucaristia. 
Pois, nele os pecados são destruídos, crescem as virtudes e a alma é plenamente saciada de todos os dons espirituais. A Eucaristia é o memorial perene da paixão de Cristo, o cumprimento perfeito das figuras da antiga aliança e o maior de todos os milagres que Cristo realizou”.
Rezemos agradecidos: "Tão sublime sacramento, adoremos neste altar, pois o Antigo Testamento, deu ao novo seu lugar. Venha a fé, por suplemento os sentidos completar. Ao eterno Pai cantemos e a Jesus o Salvador. Ao Espírito exaltemos na trindade eterno amor. Ao Deus uno e trino demos a alegria do louvor. Amém".

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